sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

No caminho

O Universo conspira,
E eu respiro, inspiro,
E transpiro...
O Universo pune.

E eu em suspense,
Condicionado,
Sinto-me amoral,
Aético, moderno, burocrático...
Democrático.

Sinto-me um sobrevivente indigente.
Um Sem-Teto do meu próprio Universo.

E fico perplexo,
Melhor, atordoado
Com o destino meu que vislumbro
Neste dia chuvoso de dezembro.

Vejo, no caminho, um abismo que não há aí fora,
Um abismo que somente há em mim.
Um espaço em mim triste, desabitado,
Roubado.
Um vazio meu.

Este abismo que é fim,
Apesar de ficar a meio
É um lugar complexo,
Repleto, completo
De fugazes manifestações,
E de reais anseios...
É, no fundo, um vazio cheio.

sábado, 29 de novembro de 2008

sábado, 1 de novembro de 2008

Estremecido pela forma ténue de uma existência torta,
Continuo a acordar entre suspiros desconfiados,
Eivados,
De uma felicidade morta.

Confuso por entre interesses difusos,
Pareço esquecido de mim mesmo,
Parece que não mais me encontro,
Pareço perdido em meio a uma multidão de seres ocos.

Desequilibrado em meio a ruídos inanimados,
Sou um reflexo de mim mesmo
Assustado,
Errante, sufocado.

Mas a chuva ainda faz crescer a semente
E caminho...
Mesmo que sem destino,
Mesmo que dilacerado por um amor inacabado.

O que morre sou eu mesmo,
Mas o que vive também,
Antes de ser, sinto
Sinto, e sou.

domingo, 19 de outubro de 2008

Náufrago

Por entre meus mares,
Minha Alta Vela surge
Num navegar embalado
De mim mesmo.

Cruza e conheçe minha Nau
Meus monstros entorpecidos,
Minhas cavernas rochosas,
E meus abismos indefinidos.

E navega ainda
Por entre minhas mais distantes ilhas...
Inóspitas,
Desconhecidas.

Mas minha Nau espera agora ancorada,
Por apenas um lúcido sinal meu,
De vida, de humanidade...
De saudade.

Também sou um náufrago de mim mesmo
Esquecido em uma ilha minha qualquer,
Cercado por eternas barreiras de corais,
E a sonhar, constantemente, com as grandes
Caravelas Existenciais.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Cruzadas

Meu lugar é pelos Castelos Medievais,
A cruzar as vielas ancestrais.
Não pertenço a este lugar agora,
Neste momento, sinto-me a transcender a hora.

Trespassei onde nasci,
Onde chorei,
E onde sorri.

E percebi, que a Aurora que vejo, não mais me alcança.
Aquele nascer não mais me acalma,
Sequer alivia a dor da alma,
E apenas o crepúsculo é um ensaio meu de esperança.

E mesmo assim, uma esperança triste,
Pois não pode ser esperança,
Não para mim, apesar de ser.
Não posso agora ofuscar, esperar, agonizar...
Ou mesmo sonhar.

O desejo é imediato
Amanhã já não existe,
A chama da vela arde agora.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

XXI

Às vezes minhas palavras são escuras,
Saem de mim numa forma turva,
forçadas pelo querer
não naturais, apenas por escrever.

Questiono-as...
São de fato minhas?
Ou são do mundo crias?

Tudo ao meu redor é-me estranho,
não me pertence...
Veneno de serpente.

Veneno que me cega, que me influencia.
Não lhe sou imune,
Quem o é?
Vejo-me constantemente contaminado...
E deliro embriagado, indignado por não conseguir ser.

No fundo sei que nada é meu, nada.
Por isso minhas risadas aliviadas
E amarguradas...
Contaminadas?

Sou no mundo um momento,
Resitência em movimento.

domingo, 5 de outubro de 2008

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Nú...

De novo... Mais uma vez a desilusão e frustração inundam-me. Não tenho força para lutar, ou simplesmente recuso-a, febrilmente. De novo agrilhoado na prisão de mim... Uma voz sufocada tenta, aterrorizada, libertar-se, mas é impotente face à aguda e agoniante redoma de frio metal que a sustém à força. Não me reconheço, não me sinto eu. Sou tudo o que não suporto ser, sou uma sombra, um espectro, não sou!! Amargo momento, sentimento crú, dolorosa infecção que, como furiosas brasas penetrantes, queima o âmago, a pele interior, a essência de Ser; Vou caindo vertiginosamente na dormência de mim, abismo que me consome lentamente... pacientemente.

sábado, 16 de agosto de 2008

Mais Tejo Bar

A pedido de muitas famílias cá vai mais uma pérola de Lizzie, a fadista com sotaque, desta vez num dueto no minimo improvável. O sentimento impera...

sábado, 26 de julho de 2008

Vão

Entre tu e eu havia o vazio,
O vazio perpétuo.
Eramos dois seres distantes pelas entranhas amargas do não sentimento,
Distantes pela vastidão do nada.

Por entre o nosso tempo,
Por entre o que em nós não existiu,
Restou somente nós,
Dois corpos em um breve instante.

A quando da descoberta assustadora do nosso vazio,
Da nossa verdade,
Cobriu, o longo manto da desilusão
A nossa fria solidão.

Agora, o que há entre nós,
É o abismo da Verdade nua,
A ilusão despedaçada,
A realidade crua.

A carrasca Verdade prevaleceu,
Matou Morfeu,
E, como obra prima
Traçou nosso destino.

Uniu-nos pela mesma dor,
Para todo o sempre,
Eternamente.

E nós
Agora conscientes,
Fomos condenados por viver o vazio,
Por não ver,
Por apenas ser.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Tejo

Alucinação...

Os estridentes e sibilantes gritos metálicos dos carris davam calor a uma carruagem mergulhada no silêncio ensurdecedor de si mesma. Jeremias, jovem universitário e eterno decifrador do enigma da vida, encontrava-se como em todas as manhãs a bordo de uma carruagem de metro, a caminho da sua Universidade. Sentado num dos bancos do meio, com os headphones nos ouvidos, ia sussurrando uma melodia irreconhecível e orquestrava o ritmo com as mãos sobre os joelhos. Jeremias odiava o metro, ou o «cemitério de gente» como gostava de lhe chamar, observava a massa impessoal e disforme de pessoas sem sorriso, sem voz e sem calor e odiava-as por isso.
Há já muito que observava a castradora rotina dos passageiros fortuitos, sim... ele conhecia bem os rostos sem luz, os olhares inseguros e desesperados, o pesado silêncio que queima e revela a mentira que todos sabem de cor. Jeremias não compreendia a mórbida rotina que os tornava dormentes, nem a necessidade que tinham de se refugiar, apavorados de si mesmos, no silêncio, no olhar cabisbaixo e no rosto fechado, petrificado como se de alguma penitência se tratasse. Ah ! ... Como odiava tudo aquilo, como tudo lhe cheirava a pôdre e a falso (!) , e quando observava aquela massa compacta e maquinalmente ordenada a percorrer as galerias subterrâneas sobre uma esteira rolante de metal, inevitavelmente percorria-lhe pela mente a imagem de um qualquer matadouro onde os animais são conduzidos à morte, ordeira e pacientemente aguardando a sua vez…

(Continuação...)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

No Palácio

Sinto,
E sou.
O sentimento aflora...
Arrepio-me.

E dou um trago...
O café sabe bem,
E sereno fico...
Sincero.

A leve brisa do inverno tropical
Trespassa a carcaça real,
Adentra o conflito
E traz a paz.

E sou paz,
Neste momento sou todo,
Sou tudo,
Universo-me.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Pérolas...

Aqui fica um cheirinho da magnífica prestação dos Fanfare Cioccarlia, "a banda de metais mais rápida do mundo" no S. Jorge em Lisboa. Memorável ! Se todos os ciganos fossem assim...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ser

Ser preenche o vazio,
Completa a lacuna;
Concreto da coluna,
Sol do estio.

É a luz do dia,
As sombras da noite,
O amor da Maria,
O corte da foice.

É a paixão esperada,
O suspiro da amada,
A água da chuva,
O oposto do Nada.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mergulho

Dá-me ar ! Aperta-me em ti e beija-me a testa. Aquece-me os pés gélidos com cobertores de lã e deixa-me aninhar no teu refúgio. Passa-me a mão pelo cabelo e sopra-me ao ouvido a voz quente de canela e mel. Deixa que o meu corpo moribundo da guerra chore no teu ombro nú. Lambe-me as feridas mortais que visto, cura-as com o beijo de Mãe. Estanca a hemorragia de Ser, ferida aberta que trago em mim. Sopra suavemente sobre os meus fantasmas e diz-me até me convencer, que não voltarão mais, de rostos mudos e olhos negros de julgar. Aquece-me de novo, tenho frio. Deita-te a meu lado, deita-te em mim. Fundidos no tempo, aquecidos em nós. Cantemos as nossas canções tristes e os fardos que carregamos, ensanguentados.Escrevamos novos contos com tintas de côr e flôres de cheiro, contos sem final, sem moral... Mergulha-me nos teus olhos e diz-me sem falar. Deixa que te abrace os medos e ilumine os túneis escuros que encerras para ti. Dá-me ar! Respiremos em uníssono, abraçados, compassados, ao ritmo do pulsar do coração.

Quem diria...

Quem diria, que o amor nasce onde ela mora ?
Que é sua a luz que aquece o dia.
E que até a aurora se demora
distraída na sua pele, dôce e esguia.

terça-feira, 3 de junho de 2008

A Terra vista do céu












Yann-Arthus Bertrand

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Tejo Bar

As noites mágicas de Alfama escondem perigos e tesouros. Vielas gastas, largos esquecidos e ruas estreitas e compridas abraçam no seu coração um segredo bem guardado. Assim é o Tejo Bar, vila morena, refúgio de intimidade, cultura e boa música.
Nesta casa aquecida com a ternura e o calor dos seus e por entre mesas que se aventuram no xadrez, damas e mikado, envoltas suavemente num doce aroma a tabaco e a vinho, entre poemas e pinturas o espirito flui, a conversa sai...sôlta.
E eis que, sem aviso, uma cara tímida pega distraída na guitarra. Envergonhada, repara aflita que todos a olham em silêncio como que á espera de si. Não há volta a dar, com o sotaque próprio de quem o sente, silêncio que se vai cantar o fado. É mais uma noite no Tejo Bar !

Memórias...

Lembro-me, menino, de acordar naquelas manhãs escuras e frias como a noite na velha casa onde cresci...

Dizia-me numa voz serena, enquanto a luz invadia o quarto sem aviso:
- " Velha bruxa, é hora de levantar ! Vamos a saltar da cama para não haver atrasos." (Sempre teve o mau-hábito de tratar a familia, especialmente a nós os mais novos, com alcunhas e nomes mirabulantes, quase sempre com os géneros trocados o que a divirtia imensamente.)
Eu reagia a tudo isto com a revolta e o ódio de quem é mandado para a forca, personificados em grunhidos e expressões indecifráveis mas suficientemente expressivos. - "Já cá venho ver se a Gata está levantada ou não, vou tratar do pequeno-almoço." - dizia placidamente antes de desaparecer na porta fechada. Entretinha-me a ouvir os seus passos serenos a descer a escadaria, submerso em cobertores de lã, edredons e lençóis de flanela. Imóvel, ficava a dormitar dentro do meu refúgio, abrigado do frio de um dia que me exigia impiedosamente, até ouvir de novo os seus passos denunciadores escada acima. Aí, freneticamente e num pulo levantava-me da cama e, num espasmo, vestia a roupa fingindo estar acordado há já algum tempo.
- "Ah, a Gata já está vestida. Vamos a tomar o pequeno-almoço !" - dizia enquanto desaparecia de novo na escadaria. Eu concedia-lhe um :- "Vou já!" - sêco e curto, e num cinismo só ao alcance dos grandes, voltava a deitar-me completamente vestido num prazer culpado. Adormecia de novo, seguro, na dormência quente de quem volta ao ventre materno.
Acordava então sobressaltado ao ruído de um vigoroso bater de palmas que vinha lá de baixo e ouvia a sua voz agora mais rude e firme : - " Carroça do lixo ! Vem já para baixo ! Já estás atrasado para a escola..." - Saltava finalmente da cama num esforço hercúleo, e o meu corpo era a brasa ardente de uma fúria cega que me guiava escada abaixo.
- "Ah, decidiu descer a carroça do lixo. É sempre até á última... Lá vai a carroça do lixo..." - dizia num tom trocista. Eu levava aquilo a peito como uma ofensa mortal, blindava a cara com o desprezo de quem amua e com ares de herói cobardemente traído, passava á sua frente em silêncio e precipitava-me no corredor estreito e longo que desagua na cozinha. Tanto pior, era exacatamente esta minha reacção que procurava e enquanto me seguia pelo corredor adentro aproveitava para degustar o prato,divertida, rindo o riso próprio de quem olha de cima.
Já na cozinha, sentado num dos bancos de madeira em redor da grande mesa de pedra, esperava ansiosamente aquele verdadeiro manjar. - Recordo com água na boca, aquela papa Maizena ainda fumegante, servida no prato de sopa de louça branca, polvilhada com açúcar e canela. - Comia tudo aquilo ávidamente e com a humildade de um ditador, condicionante própria de ser criança e de achar que o mundo é feito para nós. Na hora de sair, afundava-me em casacos e recomendações, beijava-me a testa num abraço apertado e saindo para o páteo ficava a ver-me partir.
- " Mas vá para dentro que está um frio de rachar! " - gritava-lhe eu em vão enquanto abria o portão grande que dava para a estrada, e ao ver que debaixo do ridículo xaile de verão com que se cobria tinha ainda o pijama de algodão e as pantufas vestidas. Sem me responder e acenando com a mão ali ficava, no frio, a ver-me desaparecer ao longe na espessa neblina da noite.


(...Continuação...)
Impossível é ouvir minha própria voz
Nesses dias em que estou completamente surdo,
Todas as causas e todas as coisas
Caem no meu vão ser.

E elas gritam
Como se estivessem perdidas,
Pior, famintas
E com sede de viver.

Mas não lhe dou ouvidos,
Sequer os tenho,
Nesses dias sombrios,
Sequer há candeeiros.

E tento-as fazer calar
Tenho a minha própria pá,
Tento-as enterrar... em vão,
Daqui a dias hão todas de voltar.

Traz o tempo a chuva,
que ao cair na seca terra
faz levantar o perfume
e a vida que teu sorriso traz.

Tu, que amas o tempo
e amas os ventos,
não temes
a perversa faceta do momento

E quando das tuas lágrimas fazes flores,
eu a ti me entrego
minha mais profunda dor
esvai sob a luz das tuas cores.

Egresso da solidão austera
meu tempo dual contigo renasce.
No despertar vívido da aurora
minha alma já não mais chora.

Hoje, distante, relembro os tempos em que somente a brisa do mar a bater no meu rosto fazia com que minha alma a plenitude pudesse encontrar.

Relembro os dias primaveris de céu claro e ventos brandos.

Não me esqueço dos dias chuvosos em que a saudade não dava trégua e meu único refúgio era pensar em ti...

E sinto, como se aí estivesse, o frio frio do inverno, que tanto me fez tremer de solidão!

E ainda hoje vive em mim, aquela época em que o sol esquentava minha pele, e eu, quando sentado à beira da varanda, com as cortinas brancas a cortarem meus olhares para o eterno mar, bebia e cantava alegremente para esconder o sofrimento de saber que viver aquele momento era apenas mais uma obrigação para atenuar a minha dor de ser.

Cruzada Espiritual.
Já não me pertenço,
faço parte do mundo,
da dor do recomeço,
Sou o grito do mudo!

Sou as vozes não ouvidas,
sou as palavras vãs,
sou contas não resolvidas,
sou a casca da maça.

Há os casos e os descasos,
Eu sou penhasco.
Sou fim,
Não sou por acaso.
E cai a noite,
com ela caem as palavras,
com ela cai a razão...
Aurora que tarda.

E passam as almas,
errantes e assustadas.
Vagam enquanto jaz a luz,
fogem das próprias passadas.

Nesse Momento...

Nessa sala que ontem conhecias de cór e que agora estranhas e temes... espreitam esses movéis que contam mil histórias num desabafo sufocante, essas paredes altas e esguias que te confortam e aquecem, esses quadros que explodem num agoniante e surdo grito de quem perdeu o que não chegou a possuír...

E essa música embriagante que te possui e comanda, que te consome cada bolsa de razão... e que queima como brasas flamejantes... penetrantes.

Nesse momento em que a agoniante e amarga tristeza se funde com o quente e luminoso sorriso, alquimía colorida... explosão de sensações...! e o céu uma amálgama de côres e solidão.

Nesse momento em que a dôr é prazerosa, e o prazer...febril e penoso...

Nesse momento onde sofres e sangras, onde ris e cais...choras tudo aquilo que nunca foste e celebras tudo aquilo que és... Perdes...Sais...Encontras...Desabafas...Suspiras... Vôas !!

Nesse momento onde, saturado, soltas um grito agudo e profundo e , de longas e pesadas lágrimas nos olhos, descobres a côr interna, viva………... e sorris.

Abraças-te a ti mesmo...


Nesse momento,
esse momento...
és Tu !!

Explosão

NÃo vejo bem quem sou ...

Consigo julgar e analisar o carácter e a conduta de outros mas sou incapaz de penetrar no mistério de mim !

Perco-me na imensidão do meu ser, perco a Razão que me guia e me descobre lentamente e fico entregue ao instinto e ás sensações que tantas vezes confundem e no entanto
ensinam preciosas lições. Sei que o meu percurso é longo e árduo sem que lhe conheça o caminho, tendo no entanto a perfeita percepção dos obstáculos que o rodeiam. Não sei o que quero, como quero e quando o quero, mas o que realmente sei, e seio-o com todo o pulsar do meu ser, é o que seguramente nao quero !! Não me quero vender aos barões da falsa moral e aos seus métodos; não quero trocar honra por estatuto, justiça por previlégio e verdade por capital, não quero ser aprisionado nas malhas das redes de metal que arrastam cardumes sujos e conspurcados. Quero nadar em liberdade com a vontade e a exímia capacidade de Ser a meu lado, mesmo que isso signifique ter de evitar as ferozes e cruéis mandíbulas dos tubarões do pensamento ! Á luz trémula e quente que ilumina esta folha onde escrevo, juro, que jamais me submeterei á asfixiante escravidão mental que nos consome até caírmos inanimados, pôdres !

Passe o meu caminho pela gloriosa ascensão ao pico das montanhas coloridas e calorosas da realização pessoal, ou pelo contrário, seja a ingrata e pérfida descida até á escura e tenebrosa caverna subterrãnea onde a negra tristeza mora só, que me guie sempre a vontade sincera de viver e a sublime capacidade de pensamento autónomo !


Assim fala Zarathustra_

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Grito-Mudo

Ardente como brasas vivas,
lateja na sofreguidão de
um bafo.

Incisivo
Penetrante
Corrosivo
Constante.